Manchas no Papel
terça-feira, 28 de junho de 2011
Gesto
Tão inócuo
teus dedos nus
debruçando ombros
de amor
Que beijo face de calos
nas palmas cerradas
salivando cura
da dor
domingo, 26 de junho de 2011
Dona
Não são minhas estas mãos
Nem cabelos
Nem pele, peitos, ancas
Que agora tens em teu colo
Nada sou eu!
Nada lembra a mim!
Sou desejo de fim
Onde começas outras
E outras tantas histórias
E já nem te cabem mais
Inebriantes perfumes
Tão diferentes do meu
Mas o homem que és
Persiste! Insiste!
Até que entendas
Que os olhos do gozo
Estão míopes
E febris!
Pois que depois do prazer
O amor que procuras... O teu!
Nunca esteve pulsando
Num corpo que não foi meu!
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